segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Automat - 1978




Experiências musicais, como o Rock Progressivo e Kautrock, eram bastante comuns, na década de 70, A experiência musical do erudito com o pop resultava em sons naquela época futurísticos, bandas do naipe de banda como Pink Floyd, Yes, Jethro Tull, conseguiram com muito sucesso demonstrar que se poderia agregar na mesma cesta elementos antagônicos, exteriorizando o chamado Rock Progressivo.É nesse contexto que encontramos a capa do LP, - Automat – um projeto italiano dos compositores Romano Musumarra; Claudio Gizzi, e Mario Maggi e ainda do engenheiro de banda, Luciano Torani, que mostra a figura de um robô agachado as margens de um lago, se admirando como um narciso a sua imagem no reflexo de um lago, só que a imagem refletida não é a sua e sim a de um homem.O Automat não se trata de uma banda no sentido que conhecemos hoje, mas de uma espécie de projeto com objetivo de apresentar um novo modelo de sintetizador, seria como um produto de demonstração, que visava apresentar as possibilidade sonoras do referido sintetizador monofônico que tinha um leque de mais de cinquenta sons diferentes e que poderia ser totalmente programável, sem a necessidade de qualquer instrumento musical como acompanhamentoO som extraído daquele LP, buscava demonstrar uma evolução musical dos sintetizadores. Criado por Mario Maggi, o sintetizador foi alcunhado de Memory Controlled Synthesizer ou MCS70, um aparelho totalmente avançado para a época, revelando a presença inconteste do futuro.Após a apresentação do Memory Controlled Synthesizer à Romano Musumarra, o mesmo fica maravilhado e leva o instrumento a uma gravadora, que se interessa em gravar o seu som. O resultado foi o LP que ficou dividido no lado a com a musica Automat, como se fosse uma sinfonia de 16:30 minutos, dividida em três partes, tendo por responsável Cláudio Gizzi e do outro lado três canções de Romano Musumarra denominadas Droid", "Ultraviolet" y "Mecadence.O Automat, visou aproximar de forma sonora o futuro, já que o instrumento usado para confecção das músicas, assim se apresentava e nesse objetivo, tentativa traduzir em música a idéia de universo, nave espacial, modernidade, logo para a capa tinha que seguir esse imaginário.A música Automat em seu início soa aos ouvidos de que quem aqui escreve, como uma nave espacial que vai aos poucos se aproximando, como se fosse trazendo em seu bojo um mundo novo de tecnologia e que se encontra em dado momento com o ouvinte, como se dois corpos se cruzassem vindo cada um de lado opostos.Quando se dá o encontro, começa a apresentação em um ritmo dançante com marcação sinfônica iluminado por imaginários raios lasers, é o encontro do clássico e a vanguarda. Quando aproximadamente a música chega 06 minutos de forma sutil, a ritma diminui e gradativamente um novo som é agrupado a música como criando-se um tenor regado a theremin.Após a fase acima descrita, entramos nos últimos 06 minutos, que definimos como uma miscelânea sonora robótica e o apogeu da apresentação de imaginários robôs e assim fica, perdurando, até o final do concerto, que bem ao estilo do rock progressivo, vigente à época demora 16 minutos.A musica Droid, presente no lado B do referido LP, foi bastante tocada em pistas de discotecas da moda daqueles anos 70 e muitas vezes confundida com a música Pulstar do vangelis, chegando ao ponto de que muitos fãs, afirmarem que a Droid soava como uma continuação de Pulstar.Particularmente, acho que a Droid tem méritos que a música Pulstar ao tem, fundamentando minha opinião, em razão do uso do sintetizador MCS70, que até então era algo inovador e de gravação nota por nota.Para iniçio de conversa, o LP AUTOMAT. o que é ? uma banda, uma propaganda comercial, um teste ou um simples projeto?Ocorre que, o que o LP AUTOMAT, apesar de um relativo sucesso no Brasil, tendo inclusive uma faixa sido usada como abertura do Jornal Nacional da Rede Globo, teve pouca repercussão em outros paises, sendo logo abandonado o projeto bem como a produção em escala industrial do sintetizador MCS70.Elementos que simulavam naves espaciais, maquinas e viagens ao espaço e uma perfeita descrição do futuro em forma de música, estavam presente na obra prima acima narrada, mas que provavelmente não teve a devida atenção em razão de outra obra de igual quinhão o LP Oxygeny de Jean Michel Jarre..Interessante é a frase escrita na contra capa que consiste: in the beginning there was the 'MACHINE'... the survival and the organization of the planet depend upon the 'MACHINE'... the future and the past depend upon the 'MACHINE'... the past? but who wanted the 'MACHINE'...?

Texto: http://afinandoouvidos.blogspot.com

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