terça-feira, 14 de julho de 2009

Pink Fairies - Kings of Oblivion - 1973


01 - City Kids
02 - I Wish I Wash a Girl
03 - When's the Fun Begin (Interrogation)
04 - Chromium Plating
05 - Raceway
06 - Chambermaid
07 - Street Urchin

Após o lançamento do segundo LP do Pink Fairies, o guitarrista Paul Rudolph decidiu se afastar da banda. Segundo consta, sua saída teria sido motivada por causa do consumo excessivo de LSD por parte de Russell e Sanderson e que, segundo ele, estaria prejudicando os rumos da banda. Rudolph passou então a colaborar em álbuns de Robert Calvert, substituiu o baixista Lemmy Kilmister no Hawkwind entre 1975 e 1976 e participou de quatros LPs de Brian Eno entre 1974 e 1978, antes de abandonar a carreira e voltar para o Canadá.

Para o seu posto, foi convocado o guitarrista Mick Wayne, ex-integrante das bandas The Bunch of Fives e Junior’s Eyes, e que vinha de trabalhos com David Bowie. Depois de duas apresentações e de uma gravação que gerou dois singles (“Well, Well, Well” e “Hold On”), Wayne acabou sendo demitido por Russell e Sandy. O motivo: discordâncias com relação a direção musical que Wayne queria impor ao grupo. Larry Wallis (ex- Shagrat, Blodwyn Pig e UFO), que já havia sido contratado como segundo guitarrista da banda, assume então a linha de frente dos Fairies, como guitarrista e vocalista demencial.

Com o power-trio Wallis, Russell e Sandy, partiram para as gravações do sensacional Kings of Oblivion, terceiro disco dos maluquetes e considerado por muitos fãs como o melhor álbum do grupo. Lançado em 1973, trazia mais uma capa de encher os olhos: um fundo azul com três porcos rosas voadores, usando óculos escuros. A ilustração de Edward Barker, acabou virando uma espécie de símbolo da banda, já que o porco voador passou a freqüentar cartazes de shows e outras capas de discos da turma. Mesmo com a alteração no line-up, o Pink Fairies seguia a sua ideologia contracultural, promovendo a música livre, a anarquia geral, a contestação social, o consumo de drogas e os shows alternativos – alguns deles, realizados em verdadeiras pocilgas.

Musicalmente falando, o disco é uma porrada sonora das boas, comandada por um power trio da pesada, que manda ver no mais descarado e alucinado hard rock. Larry Wallis além de excelente guitarrista, trouxe na bagagem um punhado de boas composições e um estilo vocal primitivo e peculiar que encaixou muito bem com a cozinha pervertida de Duncan Sanderson e Russell Hunter. Resultado: a sonoridade que já era suja e visceral, ficou ainda mais podre e próxima daquela empregada por grupos do chamado proto-punk, como Stooges, MC5 e New York Dolls.

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Larry Wallis apostando suas fichas no Pink Fairies

O disco abre com um dos hinos libertários do grupo, a fantástica “City Kids”, em um desempenho marcante de Wallis, tanto no vocal rude quanto na guitarra raivosa. As bases sonoras serviriam para futuras “maquinações heavy”, inspirando descendentes diretos da estirpe, como o próprio Motörhead - banda que Wallis viria a participar entre 1975 e 1976, em sua primeira encarnação. “I Wish I Was A Girl” surpreende e cativa com suas reverberações e escalas guitarrísticas sensacionais. Obra de Wallis, que constrói uma parede sonora envolvente, dando brechas para as experimentações. “When’s the Fun Begin?”, tema composto por Wallis e Mick Farren, encerra o lado A do vinil com um arranjo denso e pesado, made subúrbio londrino.

“Chromium Plating” é outra maravilha selvagem e se destaca pelas belas passagens de guitarra e auxílio luxuoso da cozinha que mantém uma pegada agressiva. “Raceway” dispara um tema instrumental vigoroso, com batera e baixo fornecendo sólida base rítmica para a guitarra de Wallis injetar riffs matadores. A machista “Chambermaid” tem letra sacana que envolve arrumadeiras de hotéis, servindo de munição para mais um instrumental cru e energético. E “Street Urchin” fecha a bolacha,com nova leva de riffs ruidosos e excelente trabalho do trio, constatando o entrosamento e a unidade sonora dos Fairies. Sem dúvidas, um dos maiores expoentes do rock underground dos anos 70.

Com o fim do contrato com a Polydor, a banda foi aos poucos perdendo a audiência e seus membros se dispersando. Para reagrupar a trupe, Ted Carroll (chefe da Chiswick Records) organizou um concerto único no The Roundhouse, em Londres, em meados de 1975. Estavam lá Paul Rudolph, Larry Wallis, Duncan Sanderson, Russell Hunter e Twink. O show foi lançado em disco em 1982 e saiu com o título de Live At The Roundhouse 1975.


Os anos passaram, mas tentativas frustradas de reativar a banda acabaram aumentando o seu período de inatividade. Os veteranos da banda finalmente conseguiram uma reaproximação em 1987, quando Twink, Russell, Sanderson, Wallis e Andy Colquhoun reformaram o Pink Fairies e gravaram o álbum Kill ‘Em and Eat ‘Em. Desde então, foram emitidos vários títulos de material ao vivo e coletâneas do grupo. Pérolas como Uncle Harry (1998), Do It! (1999) e Finland Freakout 1971 (2008) são altamente recomendadas. Sonzeira tosca garantida!


O MINISTÉRIO DA SAÚDE ALERTA: PORCOS VOADORES FAZEM MAL A SAÚDE,

PRINCIPALMENTE QUANDO CAEM SOBRE VOCÊ!!!

PREVINA-SE, USE CAMISINHA!


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